“Ode a Baco”
Fazer o que o inconsciente pede,
A sua essência se mantém.
O teu ser, a tua posição,
As tuas opiniões, os teus gostos,
Os teus amores, as tuas necessidades.
Vem é ao de cima aquilo que repelias.
Sem saber.
Aquilo que o teu subconsciente empurra para baixo
Para o mundo não conhecer
O teu verdadeiro ser..
Para que não demonstres o demónio que és..
E ele transforma-te nisso!
Naquilo que queres e nunca pudeste
Para amanhã já não te lembrares.
Como que por lua cheia te transformes em lobisomem
Para consumir-te de prazer,
Te trazer à essência do teu ser.
Tudo o que eu fiz com ele foi um grito,
Um acto, no momento
Todas as consequências anuladas
E vivo cada segundo.
Meu corpo não faz o que mando
Mas faz o que quero.
Não há consequências,
Não há constrangimentos,
Não há lembrança.
Para nos arrependermos amanhã da dor de ontem.
Apenas a dor de cabeça.
As tonturas, o cambalear, a insaciável sede,
A fome sem vontade de comer…
Arrependo-me só porque volto ao mundo de regras,
Onde não posso ser livre...
Onde me olham
E eu lembro-me quando me olham assim e refugio-me.
Quando ele me cega desses olhares,
Desses preconceitos e me deixa fazer o que quero…
Mas o amor..
Quando somente se quer o amor
Que poderá ele fazer por mim?
Que poderá ele fazer para o impedir?
Que prazeres carnais poderão substituir o êxtase que ela me trás?
Que toques e carícias àquela mulher sem nome
São mais que todo o ênfase do teu toque?
O toque do meu amor…
Não poderá ser trocado.
Nem tem comparação.
Liberto-me contigo, meu amigo…
Mas a liberdade… É estar com ela.
nccuco