Criei este inferno no teu olhar. Uma fuga duma realidade na qual me encontro. E nela volto com o meu desaparecimento quando o tempo assim o diz conveniente. É relativo ao espaço. Quando lhe procuro, o espaço me aceita para me fazer retornar ao passado e voltar a querer sair do presente lugar onde me encontro.
Vejo-te mil vezes nos meus sonhos e em todos a tua face mais pálida do que no sitio anterior. Onde vivi e no desespero, te quis encontrar. Numa situação impraticável te falei e dos suspiros criei uma vontade de ter apenas o que não quero. Ir e voltar. Procuro apenas o que não sei. Quero apenas o desconhecido. Te criaste sem emoção. Morta ao toque duma marioneta cujas mãos e as palavras ocas anseias.
Volto ao teu olhar: Porque tantas faces. Porque tantos enigmas se és sempre a mesma. Falta-me a vontade de lutar pelo que é meu, então me desleixo na simplicidade do platónico. Pois é mais fácil não ter de enfrentar a verdade (que criaste, que obviamente criaste) do teu olhar.
Evito a repetição na constante procura do êxtase que és. Corpos nus, mãos cheias de dor que transmitem o sabor da vitoria do teu consumo (porque minto? Onde há vitoria num acto tão efémero? Na trivialidade de conseguir apenas aquilo pelo qual o esforço és nulo? Sou um hipócrita de acções egocêntricas. Vivo na contradição das minhas palavras para que a felicidade se mantenha sempre 'a distancia do meu braço. Para que eu me satisfaça ao conceber, ao realizar que nunca poderei obter o que me esta estampado 'a frente.. Magos e feiticeiros são a minha justificação para não dar um paço em frente. Assim não me poderei ver livre do meu objectivo. Pois não sou ninguém. Quem sou eu para dar o passo em frente se não me foi dado esse poder? Se deus me deixou paraplégico de sentimentos? Assim vivo, "feliz")
nccuco
1 comentário:
Tanto tempo longe daqui ... continuo a gostar de te ler!
Boa cookie :p
Beijinho
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